Histórico Escola de Educação Especial “Leo Kanner”
A Associação de Pais e Amigos do Autista da cidade de Maringá constituiu-se, a exemplo de outros Estados do Brasil, pela iniciativa de um grupo de pais, que tinham em comum o diagnóstico de Autismo em alguém da família e as dificuldades existentes para o atendimento dos mesmos. Dentre os diferentes propósitos da Associação, um dos principais foi o de que a Associação não se limitaria a buscar resolver apenas os problemas de seus filhos ou parentes, mas buscaria ter, incansavelmente, um caráter social, proporcionando ajuda a todas as famílias com autistas, não só da cidade, como também da região e do estado.
No dia 01 de setembro de 1992, o grupo de pais funda a AMA – Associação Maringaense dos Autistas, com a missão de proporcionar à pessoa autista uma vida digna, oferecendo às famílias instrumentos para convivência no lar e em sociedade e difundindo o conhecimento acumulado. Esta missão seria a razão da existência da AMA, delimitando e orientando suas ações dentro do espaço que desejaria ocupar na sociedade. De modo a agilizar o processo de organização e estruturação da Associação, ocorreram inúmeras reuniões para que se desse os encaminhamentos necessários à documentação para o seu reconhecimento legal, assim como para a elaboração do Estatuto próprio.
O segundo passo da Associação foi estabelecer os objetivos principais a serem alcançados, que seria a divulgação da Síndrome do Autismo, até então pouco conhecida e a criação de uma escola especializada para possibilitar o atendimento, acompanhamento e desenvolvimento das potencialidades dos Autistas.
Em 1994 a AMA é reconhecida como entidade de Utilidade Pública Municipal, nº 3696/94 pela lei nº 2346/88. Em 30 de maio de 1996 é reconhecida como Entidade de Utilidade Pública Estadual nº. 11396, e no ano de 1997, consegue o reconhecimento de Utilidade Pública Federal nº. Processo MJ 24220/95-20. Neste mesmo ano, é registrada no Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS nº. 44006.000960/97-46 e consegue o certificado de “Entidade com Fins Filantrópicos” – Processo nº. 4.400.6.000960/97-46. Dando continuidade à busca de aprimoração, apoio e reconhecimento nacional, em julho de 1998 filia-se à ABRA – Associação Brasileira de Autismo, fazendo parte da Diretoria da mesma.
Em 08 de agosto de 1995, os pais da Associação se reúnem e criam a Escola Especial “Casa do Autista”. Nesse mesmo ano, a Prefeitura de Maringá, através da Secretaria de Educação, cede um espaço físico para a AMA com a finalidade de atender as necessidades da Escola Especial, permitindo deste modo, organizar e planejar o início dos trabalhos de atendimento e acompanhamento junto aos autistas e suas famílias.
Com a colaboração de diferentes profissionais e voluntários, em 1 de abril de 1996, a Escola Especial “Casa do Autista” inicia seu funcionamento, atendendo algumas crianças durante o período vespertino. Devido à demanda, pelo grande número de alunos que procuram a Escola, em julho do mesmo ano a AMA contrata novos professores.
Em fevereiro de 1997, a Prefeitura Municipal de Maringá, através da Fundação do Desenvolvimento Social de Maringá, cede à Escola Especial alguns professores e a merenda escolar. Em função do número de alunos, a AMA, contrata estagiários das áreas de Psicologia e Pedagogia, que através de seus conhecimentos e contribuições, vem agregar novos valores, ações e intervenções, contribuindo assim para que a escola avançasse no atendimento ao seu alunado, e para a melhor organização e estruturação da mesma.
Em assembléia geral extraordinária realizada no dia 10 de março de 2003, com a presença de pais, professores, funcionários e diretores, foi escolhido um nova denominação para a escola, sendo então definido o seu nome para “Escola de Educação Especial “Leo Kanner”, homenageando aquele estudioso e pesquisador que identificou e descreveu sobre o autismo, no ano de l943.
A Escola de Educação Especial Leo Kanner foi autorizada a funcionar, com atendimento na área de Condutas Típicas em 22 de setembro de 2004 sob a resolução nº 3139/04. Em 20 de dezembro de 2005 foi celebrado o Convênio de Cooperação Técnica e Financeira com a Secretaria de Estado da Educação, publicado no Diário Oficial do Paraná em 27 de dezembro de 2005, garantindo assim a aprendizagem, o respeito, a ética e o direito social do Autista e de sua família a participarem de experiências e vivências pessoais e coletivas como cidadão.
É justamente por meio desta escola que a AMA objetiva suprir uma necessidade existente, garantindo à criança autista, todas as oportunidades necessárias para o seu desenvolvimento desde a infância e, possibilitando que o autista alcance um nível de independência social, compatível com uma vida digna.
A AMA tem percorrido um longo caminho, orientando pais e profissionais e divulgando a Síndrome do Autismo através de reportagens e matérias publicadas em jornais, entrevistas em programas de televisão, palestras em faculdades nos cursos de Psicologia, Pedagogia e Fonoaudiologia de Maringá e da região, distribuindo folhetos informativos, participando em seminários de inclusão da criança com necessidades especiais, de Educação Especial, e em congressos e simpósios específicos de Autismo, além de manter contato e trocar informações com outras entidades de Autismo no Brasil, como também com instituições internacionais.
A partir do caminho percorrido, das conquistas ensejadas, a AMA continuamente vai se organizando e planejando para atingir novos objetivos, de acordo com suas possibilidades. Neste sentido, tem algumas como metas que pretende atingir a longo prazo, como por exemplo, a implantação de outras oficinas profissionalizantes para adolescentes e adultos autistas e o funcionamento de uma residência para aqueles que, por ventura, não tiverem familiares para abrigá-los. Sabe-se, atualmente, a partir do avanço das pesquisas e dos trabalhos desenvolvidos com autistas nos Estados Unidos e na Europa, que é possível a um adulto autista, mesmo com um alto grau de comprometimento, desenvolver um trabalho produtivo e digno, por mais simples que ele seja, diminuindo assim suas chances de institucionalização futura em hospitais psiquiátricos ou sanatórios.